quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quase 80% das adolescentes estão vulneráveis na internet, aponta estudo


Levantamento realizado pela CPP Brasil revela que apenas um terço sabe como denunciar uma situação de perigo online.

Levantamento realizado pela CPP Brasil (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente) revela que quase 80% das adolescentes não se sentem seguras na internet, mesmo estando cientes dos perigos. E pior: apenas um terço sabe como denunciar uma situação de perigo online.
O estudo é parte da publicação internacional da ONG Plan "Fronteiras Digitais e Urbanas: Meninas em um ambiente em transformação" ("Digital and Urban Frontiers: Girls in a Changing Landscape").
O documento é um retrato de como as tecnologias de comunicação e informação (TICs) têm impactado a vida das jovens em todo o mundo, bem como os riscos a que elas se expõem nesse ambiente.
Os principais pontos da pesquisa no Brasil são:
  • 84% das meninas possuem um celular;
  • 60% disseram saber sobre os perigos online;
  • 82% já utilizaram a Internet e 27% disseram estar sempre online;
  • Quanto mais conhecimento e consciência elas têm sobre as TICs, maior o grau de segurança que sentem online;
  • 79% das meninas disseram que não se sentiam seguras na internet;
  • Quase metades das meninas que responderam à pesquisa afirmaram que seus pais sabem o que elas acessam;
  • Somente um terço sabe como relatar um perigo na web;
  • Quase 50% das meninas disseram que gostariam de encontrar pessoalmente alguém que tenham conhecido online.
A pesquisa mostrou que o uso das TICs está crescendo muito rapidamente, especialmente na faixa de 15 a 17 anos. Durante o período de 2005 a 2008, este grupo foi o que apresentou maior aumento percentual de utilização – de 33,7 para 62,9%. 
A maioria das meninas na pesquisa tem celular (86%) e acessa a web (82%). Pouco mais de um quarto declarou estar "sempre online". Entre as que têm acesso a um PC, o tempo online médio por dia é de uma a sete horas por dia.
Os dados do levantamento nacional foram recolhidos por meio de uma pesquisa online, respondida por cerca de 400 adolescentes de diversos estados, e de grupos focais de discussão, que contaram com a participação de mais de 40 meninas, de escolas públicas e privadas, residentes nas cidades de São Paulo e Santo André. "O estudo retrata realidades de meninas em situações culturais e econômicas muito diferentes. Isso nos permite pensar em soluções que podem diferir de acordo com o território e região pesquisada", apontou Luiz Rossi, gestor da CPP Brasil.
A publicação traz ainda uma série de recomendações, dirigidas ao governo, empresas, sociedade, famílias e às próprias internautas, para aumentar a segurança das adolescentes no ambiente online. "As famílias, principalmente os pais, podem contribuir muito para diminuir a exposição das adolescentes. Em muitos casos, aliás, é preciso primeiro promover a inclusão digital dos pais, para que esses se familiarizem com as ferramentas online e possam acompanhar mais de perto a navegação dos filhos", afirmou Rossi. Além do envolvimento da família, o relatório aponta a necessidade do engajamento dos atores locais, estaduais e nacionais para defesa e implementação das leis do setor e de novas pesquisas focadas na relação das meninas com as TICs.
A CPP é uma iniciativa internacional financiada pela Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (Canadian International Development Agency - CIDA) e coordenada pelo Instituto Internacional para os Direitos e Desenvolvimento da Criança e Adolescente (International Institute for Child Rights and Development - IICRD), uma ONG baseada na Universidade de Victoria, no Canadá. 
A pesquisa que revela os riscos e potencialidades do mundo digital para as meninas no Brasil está disponível na íntegra aqui, e há um resumo sobre a situação no Brasil aqui.

Um comentário:

  1. interessante seu blog, também gosto de assuntos que tratam de nossa realidade, muitas vezes esses assuntos passam desapercebidos, boa iniciativa.

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