Levantamento realizado pela CPP Brasil revela que apenas um terço sabe como denunciar uma situação de perigo online.
Levantamento realizado pela CPP Brasil (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente) revela que quase 80% das adolescentes não se sentem seguras na internet, mesmo estando cientes dos perigos. E pior: apenas um terço sabe como denunciar uma situação de perigo online.
O estudo é parte da publicação internacional da ONG Plan "Fronteiras Digitais e Urbanas: Meninas em um ambiente em transformação" ("Digital and Urban Frontiers: Girls in a Changing Landscape").
O documento é um retrato de como as tecnologias de comunicação e informação (TICs) têm impactado a vida das jovens em todo o mundo, bem como os riscos a que elas se expõem nesse ambiente.
Os principais pontos da pesquisa no Brasil são:
- 84% das meninas possuem um celular;
- 60% disseram saber sobre os perigos online;
- 82% já utilizaram a Internet e 27% disseram estar sempre online;
- Quanto mais conhecimento e consciência elas têm sobre as TICs, maior o grau de segurança que sentem online;
- 79% das meninas disseram que não se sentiam seguras na internet;
- Quase metades das meninas que responderam à pesquisa afirmaram que seus pais sabem o que elas acessam;
- Somente um terço sabe como relatar um perigo na web;
- Quase 50% das meninas disseram que gostariam de encontrar pessoalmente alguém que tenham conhecido online.
A pesquisa mostrou que o uso das TICs está crescendo muito rapidamente, especialmente na faixa de 15 a 17 anos. Durante o período de 2005 a 2008, este grupo foi o que apresentou maior aumento percentual de utilização – de 33,7 para 62,9%.
A maioria das meninas na pesquisa tem celular (86%) e acessa a web (82%). Pouco mais de um quarto declarou estar "sempre online". Entre as que têm acesso a um PC, o tempo online médio por dia é de uma a sete horas por dia.
Os dados do levantamento nacional foram recolhidos por meio de uma pesquisa online, respondida por cerca de 400 adolescentes de diversos estados, e de grupos focais de discussão, que contaram com a participação de mais de 40 meninas, de escolas públicas e privadas, residentes nas cidades de São Paulo e Santo André. "O estudo retrata realidades de meninas em situações culturais e econômicas muito diferentes. Isso nos permite pensar em soluções que podem diferir de acordo com o território e região pesquisada", apontou Luiz Rossi, gestor da CPP Brasil.
A publicação traz ainda uma série de recomendações, dirigidas ao governo, empresas, sociedade, famílias e às próprias internautas, para aumentar a segurança das adolescentes no ambiente online. "As famílias, principalmente os pais, podem contribuir muito para diminuir a exposição das adolescentes. Em muitos casos, aliás, é preciso primeiro promover a inclusão digital dos pais, para que esses se familiarizem com as ferramentas online e possam acompanhar mais de perto a navegação dos filhos", afirmou Rossi. Além do envolvimento da família, o relatório aponta a necessidade do engajamento dos atores locais, estaduais e nacionais para defesa e implementação das leis do setor e de novas pesquisas focadas na relação das meninas com as TICs.
A CPP é uma iniciativa internacional financiada pela Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (Canadian International Development Agency - CIDA) e coordenada pelo Instituto Internacional para os Direitos e Desenvolvimento da Criança e Adolescente (International Institute for Child Rights and Development - IICRD), uma ONG baseada na Universidade de Victoria, no Canadá.
interessante seu blog, também gosto de assuntos que tratam de nossa realidade, muitas vezes esses assuntos passam desapercebidos, boa iniciativa.
ResponderExcluir